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14
Jun

14
Jun
2025
17h00
Performance
Palcos
Dar à Língua
de Eduardo Freitas

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Dar à Língua
'Ensaio' de Eduardo Freitas
Dar à Língua é um projecto artístico que investiga a língua como corpo, símbolo e território de resistência. A expressão, que em português europeu significa conversar, falar ou até mesmo murmurar algo entre dentes, serve de ponto de partida para uma proposta que problematiza o lugar da linguagem na construção de identidades. Parte-se da releitura do Manifesto Antropófago (1928), de Oswald de Andrade, para revisitar os debates modernistas sobre cultura e língua no Brasil, recusando visões hierárquicas que tratam o português falado no país como variação inferior do europeu.

A proposta baseia-se nos princípios da antropofagia cultural, entendida aqui como prática simbólica de absorção, transformação e reinvenção de referências. Por meio da escuta e do encontro, “Dar à Língua” activa dispositivos de criação colectiva em que se exploram os múltiplos sentidos da linguagem — verbais, sonoros, corporais. A pergunta “O que é a língua?” orienta cada aproximação ao público, em espaços do quotidiano, desafiando definições fixas e convocando percepções afectivas, políticas e sensoriais da língua.

Recusando a posição do artista como observador externo, assume-se um lugar de partilha e escuta mútua. As palavras recolhidas e os registos da língua — enquanto órgão físico e signo de comunicação — compõem uma instalação híbrida que incorpora performance, fotografia e texto. Cria-se, assim, um glossário visual que não pretende fixar significados, mas abrir espaço para o estranho, o não-dito, o intraduzível. Cada termo, cada imagem, cada gesto revela a língua como campo de disputa, invenção e pertença.

No centro do processo está a disponibilidade para o encontro — com os corpos, os sotaques, as histórias que habitam e atravessam a língua. Ao dar à língua, rompe-se com o silêncio e convida-se à construção de novas formas de dizer e de escutar.

Todo o processo se digere na construção de uma instalação performática, que se apresenta como síntese simbólica dos encontros. Nesse acto final, a antropofagia manifesta-se como gesto encarnado: consumir, digerir e recriar o outro. Corpo, língua, identidade e culturas fundem-se num jogo passado de boca a boca, devorado sem etiqueta nem qualquer tipo de reserva.


Eduardo Freitas nasceu em Ponta Grossa - PR, Brasil (1990). Em 2017, mudou-se para Portugal em busca de estímulos para o seu processo criativo. Actualmente, é doutorando em Arte Contemporânea na Universidade de Coimbra (bolseiro FCT) e mestre em Práticas Artísticas em Artes Visuais pela Universidade de Évora (2019). No Brasil, licenciou-se em Escultura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2012) e especializou-se em Poéticas Visuais (2014).
Paralelamente aos seus estudos artísticos, trabalhou e integrou-se na indústria da restauração, experiência que influencia a sua abordagem à comida, aos rituais comensais, à hospitalidade e ao acto de comer e cozinhar como parte da sua prática artística. A sua produção explora linguagens híbridas que dialogam com os conceitos de corpo, trabalho e materialidade, por meio de “acções escultóricas” que estreitam a relação entre o público e a prática artística, conectando vivências pessoais a memórias e histórias colectivas.
Participou em diversas exposições, incluindo Natureza-Morta (Appleton Box, Lisboa, 2024), Empregado de Mesa (XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, 2024), Planta de Emergência (Montemor-o-Novo, Évora, São Gregório e Vila Real, 2024), En.talho (Galeria Municipal de Montemor-o-Novo, 2024), Em.prego (La Junqueira Artists Residency, Lisboa, 2022) e Tracing the Infrathin (Galeria Monitor, Lisboa, 2022). No Brasil, foi seleccionado para a Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas (2016), que percorreu sete capitais do país.
O seu trabalho recebeu prémios nacionais e internacionais, como a Bienal Jov’Arte 2023 (Loures), 24.º Salão de Arte de Praia Grande (SP), 45.º Salão de Arte Luiz Sacilotto (SP), 48.º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba (SP), 5.º e 4.º Salão Nacional de Cerâmica (PR), o 4.º Salão Nacional de Arte de Jataí (GO), o 3.º SESI Arte Contemporânea (PR), entre outros. Também realizou diversos projectos de residências artísticas, destacando-se a sua colaboração contínua com a Associação Pó de Vir a Ser (Évora).

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Dar à Língua é um projecto artístico que investiga a língua como corpo, símbolo e território de resistência. A expressão, que em português europeu significa conversar, falar ou até mesmo murmurar algo entre dentes, serve de ponto de partida para uma proposta que problematiza o lugar da linguagem na construção de identidades. Parte-se da releitura do Manifesto Antropófago (1928), de Oswald de Andrade, para revisitar os debates modernistas sobre cultura e língua no Brasil, recusando visões hierárquicas que tratam o português falado no país como variação inferior do europeu.

A proposta baseia-se nos princípios da antropofagia cultural, entendida aqui como prática simbólica de absorção, transformação e reinvenção de referências. Por meio da escuta e do encontro, “Dar à Língua” activa dispositivos de criação colectiva em que se exploram os múltiplos sentidos da linguagem — verbais, sonoros, corporais. A pergunta “O que é a língua?” orienta cada aproximação ao público, em espaços do quotidiano, desafiando definições fixas e convocando percepções afectivas, políticas e sensoriais da língua.

Recusando a posição do artista como observador externo, assume-se um lugar de partilha e escuta mútua. As palavras recolhidas e os registos da língua — enquanto órgão físico e signo de comunicação — compõem uma instalação híbrida que incorpora performance, fotografia e texto. Cria-se, assim, um glossário visual que não pretende fixar significados, mas abrir espaço para o estranho, o não-dito, o intraduzível. Cada termo, cada imagem, cada gesto revela a língua como campo de disputa, invenção e pertença.

No centro do processo está a disponibilidade para o encontro — com os corpos, os sotaques, as histórias que habitam e atravessam a língua. Ao dar à língua, rompe-se com o silêncio e convida-se à construção de novas formas de dizer e de escutar.

Todo o processo se digere na construção de uma instalação performática, que se apresenta como síntese simbólica dos encontros. Nesse acto final, a antropofagia manifesta-se como gesto encarnado: consumir, digerir e recriar o outro. Corpo, língua, identidade e culturas fundem-se num jogo passado de boca a boca, devorado sem etiqueta nem qualquer tipo de reserva.


Eduardo Freitas nasceu em Ponta Grossa - PR, Brasil (1990). Em 2017, mudou-se para Portugal em busca de estímulos para o seu processo criativo. Actualmente, é doutorando em Arte Contemporânea na Universidade de Coimbra (bolseiro FCT) e mestre em Práticas Artísticas em Artes Visuais pela Universidade de Évora (2019). No Brasil, licenciou-se em Escultura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2012) e especializou-se em Poéticas Visuais (2014).
Paralelamente aos seus estudos artísticos, trabalhou e integrou-se na indústria da restauração, experiência que influencia a sua abordagem à comida, aos rituais comensais, à hospitalidade e ao acto de comer e cozinhar como parte da sua prática artística. A sua produção explora linguagens híbridas que dialogam com os conceitos de corpo, trabalho e materialidade, por meio de “acções escultóricas” que estreitam a relação entre o público e a prática artística, conectando vivências pessoais a memórias e histórias colectivas.
Participou em diversas exposições, incluindo Natureza-Morta (Appleton Box, Lisboa, 2024), Empregado de Mesa (XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, 2024), Planta de Emergência (Montemor-o-Novo, Évora, São Gregório e Vila Real, 2024), En.talho (Galeria Municipal de Montemor-o-Novo, 2024), Em.prego (La Junqueira Artists Residency, Lisboa, 2022) e Tracing the Infrathin (Galeria Monitor, Lisboa, 2022). No Brasil, foi seleccionado para a Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas (2016), que percorreu sete capitais do país.
O seu trabalho recebeu prémios nacionais e internacionais, como a Bienal Jov’Arte 2023 (Loures), 24.º Salão de Arte de Praia Grande (SP), 45.º Salão de Arte Luiz Sacilotto (SP), 48.º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba (SP), 5.º e 4.º Salão Nacional de Cerâmica (PR), o 4.º Salão Nacional de Arte de Jataí (GO), o 3.º SESI Arte Contemporânea (PR), entre outros. Também realizou diversos projectos de residências artísticas, destacando-se a sua colaboração contínua com a Associação Pó de Vir a Ser (Évora).

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